A Igreja
Diz a tradição que a primitiva igreja, de construção românica ou mesmo de raiz visigótica, possivelmente, estava situada lá no alto, no lugar de S. Lourenço, junto a Anho Bom, o que bem se entende, sabendo-se que S. Romão e Anreade, até meados do século XVI, eram uma única paróquia. O documento acima referido (1099) situa de facto a igreja “entre Palma e Anreade, abaixo do castelo de Aregos”, o que condiz com a tradição local.
Quando foi instituída a paróquia de S. Romão, logo se concluiu que a igreja se encontrava totalmente deslocada e longe do centro da freguesia. Houve então necessidade de construir a igreja actual, onde hoje a vemos. Muitas das pedras que fazem parte do actual edifício, sobretudo as da parede da cabeceira voltada a nascente, foram trazidas da antiga igreja, como se pode ver pelas próprias siglas que nelas existem em abundância. Se repararmos nas pedras do actual edifício, vemos granito de duas qualidades (cor e textura bem diferentes): as pedras mais amareladas e de textura mais homogénea e mais compacta vieram da igreja anterior.
O portal da igreja, muito interessante embora simples, é típico da época da renascença, de meados do século XVI.
A torre é um acrescento tardio, do princípio do século XX. Antes, existia um campanário em cima do telhado, do lado da torre, onde estavam os sinos, a que se tinha acesso por uma escadaria exterior, de pedra.
A igreja sofreu intervenções de recuperação e melhoramento em 1974, em 1992-94, e em 2005 com projecto e acompanhamento do arquitecto Jorge Topa.
Numa acta da Junta de Freguesia, de 9 de Agosto de 1931, incluía-se no seu orçamento uma verba de 1.500$00 com o objectivo seguinte: “para despesa com a vedação do adro que foi muitos anos cemitério e se encontra completamente devassado pelo rompimento da estrada nacional”.
Tal vedação e arranjo urbanístico do adro da igreja só vieram porém a ser feitos em 1999, por iniciativa do pároco actual, com projecto do arquitecto Firmino Trigo, e com verbas concedidas pelo Estado.
Do espólio da igreja, fazem parte uma bela e valiosa Cruz Paroquial, em prata, do século XVII, uma Sagrada Custódia, em ouro e prata, oferecida por Francisco Teixeira Pinto e mulher, em 1666, no valor de quarenta e três mil réis, uma Pia Baptismal, em granito, em forma de hexágono, da época da construção da igreja actual, e um artístico lavabo, também em granito da região, de 1688. (1)